Gatos são uma das três espécies de animais mágicos que subsistem nos nossos dias. As outras duas espécies, obviamente, são as borboletas e os narvais, ou unicórnios-do-mar, nome inteiramente redundante, uma vez que nunca existiram unicórnios terrestres. O segundo foi inspirado no primeiro, juntando-o ao nobre cavalo e só, o que explica nunca terem encontrado ossos de unicórnios terrestres ou seu chifre a servir de amuleto para algum xamã americano ou bruxa do leste europeu. Mas acho que estou me perdendo… onde estava?
Brancas, azuis, amarelas e pretas, em sua totalidade, as mais diferentes espécies de borboletas representam um tronco comum a um ser mágico bastante conhecido: as fadas. Mais antigas na árvore evolutiva e mais resistentes, as borboletas deram origem a diferentes tipos de fadas. Estas se foram devido a falta de fé das pessoas, as borboletas, que nunca dependeram do credo de alguém, só foram ser perseguidas nos últimos séculos, sendo sumariamente sequestradas por jovens cegos por sua ciência para completar insetários macabros ou mais recentemente, aparecer em redes sociais.
Já me perdi uma vez e com esta são duas. O que estava dizendo? Ah, sim, os gatos e sua natureza mágica.
Gatos são caçadores impiedosos, guardiões de tesouros sem fim, dormem profundamente sobre suas posses, porém ao menor ruído despertam e abrem seus grandes olhos de pupilas verticais. Seu manto lustroso os protegem do atrito com o ar, tornando seu pouso leve, silencioso e macio. Na Idade Média foram amplamente caçados e seu último suspiro queimou a Europa com a Peste. Vejam só se quem ressoa ao nosso lado na cama nada mais é que um belo dragão?